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Despersonalização
A despersonalização,
enquanto transtorno psiquiátrico, não é rotineiramente
estudada: é mais conhecida quanto a participação
em outros transtornos psiquiátricos como os de ansiedade e depressão.
Devido a falta de trabalhos sistemáticos para caracterizar a despersonalização
como uma categoria psiquiátrica, e não apenas um sintoma
flutuante, um grupo de pesquisadores se propôs a traçar um
perfil clínico deste transtorno.
Método - Foram estudados 30 pacientes, 19 mulheres e 11
homens. O DSM-IV foi utilizado para fazer e avaliar o diagnóstico
de despersonalização. Testes de realidade foram aplicados
durante o episódio de despersonalização, assim como
a escala de experiências dissociativas.
Resultados - A idade média de início do transtorno
de despersonalização foi de 16,1 anos duração
média de 15,7 anos. Seu curso é bastante variável;
alguns pacientes relataram que os sintomas da despersonalização
persistiram continuamente por anos, outros disseram que era episódico.
A duração pode ser restrita em alguns minutos ou estender-se
a poucos anos. Aproximadamente metade dos pacientes relata um início
abrupto, enquanto outra metade um início gradual. Os fatores desencadeantes
relatados foram: sentimentos de depressão, ansiedade, ciúmes,
estresse; uso de drogas, álcool, antihistamínicos, cafeína;
privação de sono, cansaço, interações
sociais, relações sexuais. Fatores atenuantes citados: estimulação
física (beliscar-se ou mutilar-se), exercícios, meditação,
dor física, estresse emocional, ficar sozinho, manter uma relação
de confiança.
Em alguns casos a despersonalização era tão intensa
que o paciente preferia morrer a continuar vivendo daquela maneira.
Ainda não se encontrou um tratamento realmente eficaz para este
transtorno.
Última Atualização:
15-10-2004
Referências Biblio.:
Am J Psychiatry
1997; 154:1107-1113
Feeling Unreal: 30 Cases of DSM-III-R Depersonalization Disorder
Daphne Simeon, M.D
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