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Características
/ Diagnóstico
Os traços essenciais da distimia são o estado depressivo leve
e prolongado, além de outros sintomas comumente presentes. Pelo critério
norte americano são necessários dois anos de período contínuo
predominantemente depressivo para os adultos e um ano para as crianças
sendo que para elas o humor pode ser irritável ao invés de depressivo.
Para o diagnóstico da distimia é necessário antes excluir
fases de exaltação do humor como a mania ou a hipomania, assim
como a depressão maior. Causas externas também anulam o diagnóstico
como as depressões causadas por substâncias exógenas. Durante
essa fase de dois anos o paciente não deverá ter passado por um
período superior a dois meses sem os sintomas depressivos. Para preencher
o diagnóstico de depressão os pacientes além do sentimento
de tristeza prolongado precisam apresentar dois dos seguintes sintomas:
Características
associadas
Estudos mostram que o sentimento de inadequação e desconforto
é muito comum, a generalizada perda de prazer ou interesse também,
e o isolamento social manifestado por querer ficar só em casa, sem receber
visitas ou atender ao telefone nas fases piores são constantes. Esses
pacientes reconhecem sua inconveniência quanto à rejeição
social, mas não conseguem controlar. Geralmente os parentes exigem dos
pacientes uma mudança positiva, mas isso não é possível
para quem está deprimido, não pelas próprias forças.
A irritabilidade com tudo e impaciência são sintomas freqüentes
e incomodam ao próprio paciente. A capacidade produtiva fica prejudicada
bem como a agilidade mental. Assim como na depressão, na distimia também
há alteração do apetite, do sono e menos freqüentemente
da psicomotricidade.
O fato de uma pessoa ter distimia não impede que ela desenvolva depressão:
nesses casos denominamos a ocorrência de depressão dupla e quando
acontece o paciente procura muitas vezes pela primeira vez o psiquiatra. Como
a distimia não é suficiente para impedir o rendimento, apenas
prejudicando-o, as pessoas não costumam ir ao médico, mas quando
não conseguem fazer mais nada direito, vão ao médico e
descobrem que têm distimia também.
Os pacientes que sofreram de distimia desde a infância ou adolescência
tendem a acreditar que esse estado de humor é natural deles, faz parte
do seu jeito de ser e por isso não procuram um médico, afinal,
conseguem viver quase normalmente.
Idade
O início da distimia pode ocorrer na infância caracterizando-a
por uma fase anormal. O próprio paciente descreve-se como uma criança
diferente, brigona, mal humorada e sempre rejeitada pelos coleginhas. Nessa
fase a incidência se dá igualmente em ambos os sexos. A distimia
é sub-dividida em precoce e tardia, precoce quando iniciada antes dos
21 anos de idade e partia após isso. Os estudos até o momento
mostram que o tipo precoce é mais freqüente que o tardio. Por outro
lado estudos com pessoas acima de 60 anos de idade mostram que a prevalência
da distimia nessa faixa etária é alta, sendo maior nas mulheres.
Os homens apresentam uma freqüência de 17,2% de distimia enquanto
as mulheres apresentam uma prevalência de 22,9%. Outro estudo também
com pessoas acima de 60 anos de idade mostrou que a idade média de início
da distimia foi de 55,4 anos de idade e o tempo médio de duração
da distimia de 12,5 anos.
A comparação da distimia em pessoas com mais de 60 anos e entre
18 e 59 anos revelou poucas diferenças, os sintomas mais comuns são
basicamente os mesmos. Os mais velhos apresentaram mais queixas físicas
enquanto os mais novos mais queixas mentais.
Curso
A distimia começa sempre de forma muito gradual, nem um psiquiatra poderá
ter certeza se um paciente está ou não adquirindo distimia. O
diagnóstico preciso só pode ser feito depois que o problema está
instalado. O próprio paciente tem dificuldade para determinar quando
seu problema começou, a imprecisão gira em torno de meses a anos.
Como na maioria das vezes a distimia começa no início da idade
adulta a maioria dos pacientes tende a julgar que seu problema é constitucional,
ou seja, faz parte do seu ser e não que possa ser um transtorno mental,
tratável. Os estudos e os livros não falam a respeito de remissão
espontânea. Isso tanto é devido a poucas pesquisas na área,
como a provável não remissão. Por enquanto as informações
nos levam a crer que a distimia tenda a permanecer indefinidamente nos pacientes
quando não tratada.
Tratamento
Os tratamentos com antidepressivos tricíclicos nunca se mostraram satisfatórios,
as novas gerações, no entanto, vem apresentando melhores resultados
no uso prolongado. Os relatos mais freqüentes são de sucesso no
uso da fluoxetina, sertralina,
paroxetina e mirtazapina.
Última Atualização:
15-10-2004
Ref. Bibliograf: Liv 01 Liv
03 Liv 17 Liv
13 Psychiatry Research 2001; 103:219-228
Clinical Features of Dysthymia and Age
Silvio Bellino