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Transtorno Obsessivo Compulsivo na Infância
O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) se
inicia freqüentemente na infância. Mesmo nessa fase o quadro
clínico é bastante semelhante ao do adulto e assim como
eles, as crianças tentam ocultar seus sintomas. Num diálogo
aberto que só será possível com quem as crianças
confiarem, não será difícil fazer o diagnóstico.
O TOC além de prejudicar a educação e o desenvolvimento
das amizades pode se tornar incapacitante e crônica. Há evidências
de que o tratamento precoce minimiza os possíveis prejuízos
do TOC.
A resposta terapêutica não costuma ser uniforme para todas
crianças, como na maioria dos transtornos psiquiátricos
e médicos em geral, pois não sabemos até que ponto
muitas doenças são resultados de diferentes causas. Existe
um exemplo curioso de TOC em crianças que é precipitado
pela reação auto-imune após infecção
por estreptococo.
Dada a possibilidade de tratamento e prevenção secundária
é importante a orientação dos profissionais que trabalham
com crianças, identificarem os possíveis casos pois na maioria
das vezes, a criança não tomará espontaneamente a
iniciativa de queixar-se dos sintomas obsessivo-compulsivos.
Última
Atualização 14-10-2004
Referência Biblio.
:Brit. Med. J 1997; vol II n11 pag 13
Transtorno Obsessivo Compulsivo na Infância
Transtorno Obsessivo-Compulsivo
na Infância
Atualmente é reconhecido que o transtorno obsessivo-compulsivo
é muito mais frequente do que se imaginava. Na adolescência
é encontrado entre 1 e 3% dos jovens. Alguns comportamentos aparentemente
compulsivos são na verdade normais e esses casos não participam
das estatísticas. Pessoas distraídas por exemplos devenvolvem
hábitos de verificação depois de terem realmente
algumas vezes se esquecido de fecharem a janela de casa ou trancarem a
porta ao saírem. Esses casos se diferenciam do transtorno obsessivo
compulsivo por não apresentarem o sofrimento da dúvida,
ao contrário é uma forma de evitar o sentimento de culpa
por ter esquecido algo cujas consequências poderiam levar a prejuízos
reais.
No caso das crianças, muitas brincadeiras consideradas normais
pelos adultos na verdade são os sintomas iniciais. O olhar atento
permite notar que a forma como a criança brinca revela a anormalidade.
As crianças quando aprendem a contar gostam de ficar contando tudo
que lhe aparece, as crianças que ficam contando e recontando buscando
a exatidão podem estar sendo obsessivas. As crianças obessivas
não distinguem a obsessão das brincadeiras mas brincam sem
se divertirem, brincam com ar de seriedade. Gostar de arrumar os brinquedos
ou colecionar objetos são condutas comuns na infância, o
padrão de inflexibilidade e insistência nas "brincadeiras"
podem ser a dica de que algo não vai bem. As crianças costumam
abandonar as brincadeiras, jogos e brinquedos depois de alguns dias ou
semanas, a persistência prolongada deve chamar a atenção
para se verificar atentamente o que se passa. Exceção seja
feita para as bonecas(os) que servem de companheiro, esses casos não
caracterizam necessariamente obsessão.
As crianças e adolescentes com transtorno obsessivo-compulsivo
não se diferem dos adultos com o mesmo problema, as únicas
diferenças encontradas estão relacionadas a imaturidade
e puerilidade inerentes da idade. Entre 30 e 50% dos adultos com transtorno
obsessivo compulsivo iniciaram o quadro na infância.
A idade média de início na infância está em
torno de 9 a 10 anos. Dois entre três casos são meninos,
nos adultos observa-se uma equivalência entre os sexos, sendo talvez
mais frequente nas mulheres. Nos adultos encontramos muitos casos de obsessões
e compulsões múltiplas, nas crianças podemos encontrar
muitos casos de compulsões sem obsessões. O curso na maioria
das vezes é crônico ou flutuante com períodos de melhora
e piora, além dos sintomas mutáveis ao longo do tempo. Crianças
e adolescentes com o transtorno se apresentam com mais frequência
sem a crítica a respeito dos sintomas, ao contrário dos
adultos que percebem ser exageradas ou injustificáveis , mas escondem
os sintomas enquanto é possível, mas procuram o psiquiatra
com medo de estarem ficando loucos, acham também que são
os únicos a terem os sintomas
A comorbidade é muito comum nas crianças. Entre 75 e 80%
dos jovens com transtorno obsessivo compulsivo têm pelo menos um
outro diagnóstico. Entre as crianças é observada,
além dos frequentes casos de depressão
e ansiedade, a co-ocorrência
da síndrome de Tourette, transtorno hipercinético, oposicional
desafiante, transtornos específicos do desenvolvimento e enurese.
Todas as formas de tratamente até recentemente se concentram nas
medicações que exerciam algum efeito na inibição
da recaptação da serotonina, tendo como primeira medicação
eficaz a clomipramina, depois
os mais novos inibidores seletivos da recaptação da serotonina
como a sertralina e a fluoxetina
complementaram o tratamento. Contudo muitos casos continuam resistentes
a essa forma de abordagem. A olanzapina,
um neuroléptico, é a primeira medicação com
atividade faramacológica distinta e mostrar resultados no tratamento
dos pacientes resistentes. Essa medicação vem apresentando
resultados positivos como potencializador dos antidepressivos inibidores
da recaptação da serotonina. Paralelemante a isso a terapia
cognitivo-comportamental também tem mostrando resultados animadores
tanto no tratamento em conjunto com medicações como isoladamente.
O resultado dos estudos estão apontando para a combinação
da farmacoterapia com a terapia cognitivo-comportamental como a melhor
.
http://www.ufrgs.br/toc/index.htm
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