Transtornos
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Transtornos Somáticos
A essência desses transtornos são os sintomas físicos, sem base uma médica constatável, e a persistência nas queixas apesar de repetidos achados negativos e de reasseguramentos pelos médicos de que elas não têm fundamento clínico. Pode acontecer também da pessoa ter uma doença física fundamentada mas com queixas exageradas que não justificam o problema que têm, esses casos são mais complicados para os médicos. Observa-se também uma forte recusa por parte do paciente de admitir que seu problema seja psicológico, mesmo quando há um evento estressante na sua vida. Estes pacientes tendem a trocar de médico constantemente, possuem intermináveis listas de exames e medicações, suas histórias são tão longas quanto complicadas. Transtornos de personalidade podem estar associados.
Transtornos Dissociativos
Estes transtornos
são muito explorados pela indústria cinematográfica, dada sua curiosa forma
de apresentação. O aspecto central dos transtornos dissociativos é a perda total
ou parcial de uma função mental ou neurológica. As funções comumente afetadas
são a memória, a consciência da própria identidade, sensações corporais, controle
dos movimentos corporais. Esses acometimentos estão por definição ligados a
algum evento psicologicamente estressante na vida do paciente cuja ligação o
paciente costuma negar, consequentemente o psiquiatra preciso de auxílio para
detectá-la.
Dada a comprovação da inexistência de um fator físico detectável, sua rápida
instalação e a preservação das demais funções mentais e neurológicas as pessoas
diretamente prejudicadas pelo distúrbio do paciente consideram-no simulador.
Esses casos ainda não foram inteiramente compreendidos, o que não significa
que sejam simulações, reconhecemos nossa ignorância e justamento por ela não
temos como negar sua existência. Por enquanto admite-se a exitência de duas
paralisias: a neurológica e a psiquiátrica, uma de bases definidas, outra de
bases indefinidas justamente como foi no passado com a neurologia.
Generalidades
Esse transtorno
carateriza-se por múltiplos, recorrentes, frequentes, mutáveis e prolongadas
queixas de sintomas físicos sem uma base médica constatável. A principal diferença
entre esse transtorno e a hipocondria é a atitude do paciente. Na hipocondria
o paciente revela uma intensa preocupação e sofrimento com algum problema sério,
na somatização o paciente queixa-se de seus sintomas mas não possui o mesmo
temor do hipocondríaco. Antes dos pacientes com somatizações procurarem um psiquiatra,
eles passam anos mudando de clínicos, procurando diversos médicos e fazendo
vários exames. Qualquer área do corpo pode estar afetada, mas as queixas mais
comuns estão centralizadas no tubo digestivo, com dores, eructações, regurgitações,
vômitos e náuseas; queixas dermatológicas e sexuais. Como o paciente recusa-se
a aceitar que nenhuma disfunção foi descoberta pelos exames e consultas, acaba
tendo desavenças com as pessoas próximas. Esse distúrbio começa geralmente antes
dos 30 anos de idade e é muito mais comum em mulheres. Frequentemente outros
distúrbios psiquiátricos estão associados como depressão
e ansiedade. A principal consequência são
as indisposições geradas com as demais pessoas que com o tempo perdem a paciência
de tanto ouvirem as mesmas e intermináveis queixas.
O começo de qualquer queixa não pode ser ignorada porque essas pessoas como
quaisquer outras, podem vir a ter problemas físicos potencialmente graves. É
de nossa experiência um caso semelhante, felizmente a doença foi detectada a
tempo (tratava-se de um câncer benigno) e a paciente operada com sucesso. Contudo
ficou por mais de dez anos tendo sintomas correlatos à queixa inicial sem que
nada houvesse clinicamente.
Generalidades
O principal
aspecto é a perda da memória, usualmente para eventos recentes importantes,
graves o suficiente para serem tomados como simples esquecimento. Deve ser comprovada
a impossibilidade de uma causa orgânica como medicações ou problemas cerebrais.
A amnésia costuma acontecer para eventos traumáticos como acidentes ou perdas
inesperadas, podendo ser específica para determinados temas, por exemplo: numa
determinada boite onde ocorreu um incêndio o paciente não se recorda dos comentários
de outras pessoas a respeito do cheiro de fumaça instantes antes do pânico generalizado,
também não lembrar-se de alguém que tentava orientar a multidão ou outra pessoa
que tentou ajudá-la, somente dos doces, das bebidas, das músicas e com quem
conversou. Na maioria das vezes o paciente sabe que perdeu parte da memória,
alguns aborrecem-se com isso, outros ficam indiferentes e despreocupados. Os
adultos jovens, os adolescentes e as mulheres são os mais acometidos por esse
problema.
Há técnicas como a hipnose ou outras formas de relaxamento que permitem ao profissional
experiente penetrar na parte "esquecida" da mente do paciente e fazê-lo
contar o que houve. Em certos casos, psicoterapias podem também fazer com que
o paciente se conscientize do que presenciou.
Generalidares
A queixa predominante é de dor persistente, grave e angustiante, a qual não pode ser plenamente explicada por nenhum processo fisiológico ou por uma transtorno físico. Geralmente existe um fator psicológico associado. Depois de descartada a possibilidade de uma causa física a investigação das circunstâncias de vida da pessoa podem revelar ganhos que o paciente obtém com a queixa persistente de dor. Ao se fazer este diagnóstico os familiares não devem tomar uma postura de indiferença ou desprezo pelo paciente, isso só faz piorar as coisas. Também não se deve submeter aos exageros do paciente nem às tentativas de manipulação por sua dor. O transtorno doloroso não é uma invenção, existe, não como uma origem inflamatória, mas por algum mecanismo ainda pouco conhecido que opera na mente destas pessoas. Deve-se portanto viver a solidariedade distante, ou seja, estar do lado do paciente sempre, mas sabendo que ele pode usar de suas queixas para obter ganhos e manipular quem está próximo. Esta atitude não é simples de entender nem de exercer, mas é o melhor que se pode fazer além do suporte psicoterapêutico.
Generalidades
Na fuga dissociativa o indivíduo repentinamente perde todas suas recordações, inclusive de sua própria identidade. Inesperadamente essa pessoa muda-se de localidade, de cidade ou de estado assumindo uma outra identidade, função e vida por vários dias. Durante esse período não se lembra nada de sua vida passada nem tem consciência de que esqueceu-se de algo. Durante esse período seu comportamento é compatível com as normas sociais de maneira que ninquém percebe algo errado naquela pessoa, exceto por ser um forasterio. Vive de forma simples, um pouco recluso, com modéstia. Subitamente recobra toda a memória, excetuando-se o período enquanto viveu a fuga dissociativa. Com o restabelecimento da memória a pessoa recobra sua vida anterior. Raramente esse episódio dura meses, comumente dias a horas.
O que é ?
É a crença persistente na presença de pelo menos uma doença física grave, progressiva com sintomas determinados, ainda que os exames laboratoriais e consultas com vários médicos assegurem que nada exista. Muitas pessoas quando passam por uma doença grave e se restabelecem ficam sensibilizadas com o que aconteceu, preocupando-se demais, contudo nesses casos se uma consulta ou novo exame descartarem o recrudescimento da doença e o paciente tranquilizar-se, não havia hipocondria.
Como é ?
Os hipocondríacos normalmente sentem-se injustiçados e incompreendidos pelos médicos e parentes que não acreditam em suas queixas, eles levam seus argumentos a sério e irritam-se com o descaso. Por outro lado resistem em ir ao psiquiatra sentindo-se até ofendidos com tal sugestão, quando não há suficiente diálogo com o clínico. Os hipocondríacos podem ser enfadonhos por repetirem constantemente suas queixas, além de serem prolixos nas suas explicações.
Tratamento
Não se conhece medicações específicas para hipocondria mas acredita-se que psicoterapia pode ajudar quando iniciada com até três anos de quadro hipocondríaco. Há muito poucas pesquisas na literatura psiquiátrica porque estes pacientes se recusam a participar dos trabalhos científicos, visto que não se consideram psiquiatricamente doentes. Pela mesma razão não se sabe ao certo que percentagem da população é atingida por esse problema nem o perfil caracterológico desses pessoas.
Doenças concomitantes
É necessário que um psiquiatra converse com o paciente hipocondríaco para investigar a possível concomitância com outros transtornos de ansiedade como o pânico ou a depressão que podem levar a hipocondria. Há também casos de psicoses com alucinações corporais ou delírios quanto a sua própria saúde que aparentam hipocandria mas não são.
Generalidades
Ao contrário
do que poderia parecer este transtorno nada tem a ver com os transtornos
de personalidade, está classificado entre os transtornos dissociativos porque
existem várias personalidades dentro de uma só pessoa e essas personalidades
não são necessariamente patológicas. No transtorno de personalidade não há amnésias,
mas uma conduta rotineiramente inadaptada socialmente.
O aspecto essencial da personalidade múltipla é a existência de duas ou mais
personalidades distintas dentro de um indivíduo, com apenas uma delas evidenciando-se
a cada momento. Cada personalidade é completa, com suas próprias memórias, comportamento
e gostos de forma bastante elaborada e complexa. As personalidades são bastante
independentes umas das outras sendo possível inclusive terem comportamentos
opostos, por exemplo uma sendo sexualmente promíscua e outra recatada. Alguns
casos há completo bloqueio de memória entre as personalidades, noutros casos
há conhecimento podendo gerar rivalidades ou fraternidades. O observador externo
que só conheça uma das personalidades não notará nada de anormal há com esta
pessoa. As personalidades podem ser do sexo oposto, ter idades diferentes e
até de outras raças.
O primeiro episódio de mudança de personalidade pode ser precedido de um evento
forte como uma tragédia. Com o passar do tempo essa pessoa pode continuar tendo
as "viradas" na personalidade sem fatores precipitantes. A mudança
de uma personalidade para outra pode ser súbita ou ocorrer numa espécie de período
confusional transitório, pode acontecer durante uma sessão de relaxamento ou
de psicoterapia.
Nada se sabe a respeito das causas desse transtorno mas admite-se que é mais
frequente do que se suspeitava antigamente. Atualmente as psicoterapias são
as únicas formas de abordagem dos casos, não há uma medicação eficaz.
Última
Atualização:15-10-2004
Ref. Bibliograf: Liv 01 Liv
09 Liv 02 Liv
04